quarta-feira, 16 de março de 2011

SONORIDADE

SONORIDADE
Poema: Português
Francisco Coimbra
Portugal

se me dizem "hoje é dia
de homenagear um poeta" oiço

sentindo eco : sonoridade
o surgir da língua viva

sentindo sabor da linguagem
onde viajo nu:

verso na poesia
Assim

LA SONORIDAD
Tradución: Español
Ana da Cruz
Brasil

si me dicen "hoy es día
de homenajear a un poeta" yo oigo

sintiéndo el eco : la sonoridad
el surgir de la lingua viva

sintiéndo el sabor de la lenguaje
donde yo viajo desnudo:

verso en la poesía
Así

segunda-feira, 7 de março de 2011

The Lark or/ou A Cotovia

Texto recitado por Laurie Anderson,
no show Homeland , em setembro de 2010

The Lark

Before the world began, there was just sky.
No earth, no land.
Only air and birds everywhere.
Billions and billions of birds.
And one of these birds was a lark and one day her father died.
And this was a really big problem
because there was no place to put the body
because there was no earth.
And it went on for five or six days and
they were all trying to think of what to do with the body.
And finally the lark had a solution:
She decided to bury her father in the back of her own head.
And this was the beginning of memory.
Because before this no one could remember a thing.
They were just constantly flying in circles.
Constantly flying in huge circles.
(uma citação de As Aves de Aristófanes - 447 a 385 a.C)

A Cotovia

Antes de o mundo ser criado, só havia o céu.
Nenhuma terra, nenhum chão.
Só ar e pássaros em todos lugares.
Bilhões e bilhões de pássaros.
E um destes pássaros era uma cotovia e um dia seu pai morreu.
E este era um problema realmente grande
Porque não havia nenhum lugar para pôr o corpo,
Porque não havia nenhuma terra.
E, por cinco ou seis dias,
Todos eles ficaram tentando pensar o que fazer com o corpo.
E, finalmente, a cotovia teve uma solução:
Ela decidiu enterrar o pai dela na parte de trás da própria cabeça.
E este foi o começo de memória,
Porque, antes disto, nenhum deles podia se lembrar de qualquer coisa.
Eles só estavam constantemente voando em círculos.
Constantemente, voando em círculos imensos.
(uma tradução de Ana da Cruz)

***
E são tantas as formas de contar a mesma história...
Talvez, assim seremos nós, energias vagando no universo,
quando não tivermos mais a terra para pisar ... Ana da Cruz.

sábado, 16 de outubro de 2010

Aquele Pequenino Ponto Azul

AQUELE PEQUENINO PONTO AZUL
Carl Sagan
Versão de Ana da Cruz

Você vê a aquele ponto? Aquele minúsculo ponto azul, no topo da faixa? Essa é a Terra.

Este é o nosso planeta há 4 bilhões de milhas. Olhe novamente para aquele ponto. Que é aqui. Que é lar. Que somos nós. Nele, em todo parte, você ama, todo o mundo que você conhece, todo o mundo que você sempre ouviu de, todo ser humano que sempre foi, vivendo suas vidas. O somatório de nossa alegria e sofrimento, milhares de religiões confiantes, ideologias, e doutrinas econômicas, todo caçador e predador, todo herói e covarde, todo criador e destruidor de civilização, todo rei e camponês, todo par jovem apaixonado, toda mãe e pai, criança esperançosa, o inventor e o explorador, todo professor de moralidades, todo político corrupto, toda super-estrela, todo líder supremo, todo santo e pecador na história de nossas espécies viveram lá dentro: uma imensidão de pó suspensa em uma pilastra de sol.

A Terra é um espaço muito pequeno em uma arena cósmica vasta. Pense nos rios de sangue derramados por todos esses generais e imperadores de forma que, em glória e triunfo, eles poderiam se tornar os mestres momentâneos de uma fração de um ponto. Pense nas crueldades infinitas visitadas pelos habitantes de um canto deste pixel, nos habitantes raramente compreendidos de algum outro canto, como são freqüentes os seus enganos, como eles estão ansiosos a matar um ao outro, como seu ódio fervente.

Nossa postura, nossa ego-importância imaginada, a ilusão que nós temos alguma posição privilegiada no Universo, é desafiada por este ponto de luz pálida. Nosso planeta é uma pinta apenas no grande útero escuro cósmico. Em nossa obscuridade, em toda essa imensidade, nenhuma sugestão que nos salve virá de outro lugar para nos salvar de nós mesmos.

A Terra é o único mundo conhecido tão longe para abrigar vida. Não há, em nenhuma outra parte, pelo menos, num futuro próximo, para onde nossas espécies poderiam migrar. Visita, sim. Solução, entretanto, não. Gostemos disto ou não, para o momento é a Terra onde nós fazemos a nossa morada.

Foi dito que a astronomia é uma experiência humilhante e formadora de caráter. Não há, talvez, nenhuma demonstração melhor da loucura das vaidades humanas do que esta imagem distante de nosso mundo minúsculo. Para mim, sublinha a nossa responsabilidade para lidar mais amavelmente com um ao outro, e preservar e apreciar o ponto azul pálido, o único lar, sempre conhecido, que nós temos.

THAT TINY BLUE DOT
(Carl Sagan)
Original

See that dot? That tiny, blue spec in the top band? That´s Earth.

That is our planet from 4 billion miles away. Look again at that dot. Thats here. Thats home. Thats us. On it everyone you love, everyone you know, everyone you ever heard of, every human being who ever was, lived out their lives. The aggregate of our joy and suffering, thousands of confident religions, ideologies, and economic doctrines, every hunter and forager, every hero and coward, every creator and destroyer of civilization, every king and peasant, every young couple in love, every mother and father, hopeful child, inventor and explorer, every teacher of morals, every corrupt politician, every superstar, every supreme leader, every saint and sinner in the history of our species lived there-on a mote of dust suspended in a sunbeam.

The Earth is a very small stage in a vast cosmic arena. Think of the rivers of blood spilled by all those generals and emperors so that, in glory and triumph, they could become the momentary masters of a fraction of a dot. Think of the endless cruelties visited by the inhabitants of one corner of this pixel on the scarcely distinguishable inhabitants of some other corner, how frequent their misunderstandings, how eager they are to kill one another, how fervent their hatreds.

Our posturings, our imagined self-importance, the delusion that we have some privileged position in the Universe, are challenged by this point of pale light. Our planet is a lonely speck in the great enveloping cosmic dark. In our obscurity, in all this vastness, there is no hint that help will come from elsewhere to save us from ourselves.

The Earth is the only world known so far to harbor life. There is nowhere else, at least in the near future, to which our species could migrate. Visit, yes. Settle, not yet. Like it or not, for the moment the Earth is where we make our stand.

It has been said that astronomy is a humbling and character-building experience. There is perhaps no better demonstration of the folly of human conceits than this distant image of our tiny world. To me, it underscores our responsibility to deal more kindly with one another, and to preserve and cherish the pale blue dot, the only home weve ever known...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Uma certa postura humanista e pacificista

ESCREVER É REVELAR-SE, REVELANDO O MUNDO, EM LETRAS.

ALGUNS PENSARES

Antes de um líder pedir ao povo para morrer por uma causa ou seu país, ele deve dar o exemplo, mostrando que acreditou na guerra proposta.
O amor deve ser a medida. A ira é má receita. Dar as mãos ao invés de jogar as pedras. Plantar a concórdia e não incrementar a discórdia.
Não há direito de uma pessoa achar-se tão superior julgando a outra tão menos a queira conduzir, escravizar... tirar-lhe o direito de ser...
O amor traz paz. Quem ama só quer o bem. Será paciente, não será inconveniente, tentará fazer o outro feliz, provocando o nascimento de sorrisos.

AOS ABANDONADOS
Português - Versão Original

Desculpa-me se não fiz o necessário
e não te saciei...
Falta de tempo.
Desculpa-me se não vi teu medo
e não te agasalhei...
Falta de tempo.
Desculpa-me se não te tirei do poço
e não te abriguei...
Falta de tempo.
Desculpa-me se não te disse: vive!
E se não te alertei...
Falta de tempo.
Desculpa-me se não pude te ouvir
e se não fui e não sou teu amigo.
Falta de tempo...
Desculpa-me se, assim, não acreditas em mim.
Quero te dar carinho, amor, compreensão...
Desculpa-me...
Falta de tempo.
Para me afirmar,
preciso guerrear.
Eu sou o mundo.

(Escrito em 1982)

...
Como Che, eu hei que endurecer na constância de lutar por querer mudar as coisas, sem jamais perder a ternura pelos direitos de qualquer ser humano, mas como todo pacifista, eu prefiro os métodos de Gandhi.


ESCRIBIR ES REVELARSE, REVELANDO EL MUNDO, EN LAS LETRAS.

ALGUNOS PENSAMIENTOS

Antes de un líder pedir al pueblo para morirse por una causa o por su país, él debe dar el ejemplo, mostrando que él creyó en la guerra propuesta.
El amor debe ser la medida. La rabia es la receta mala. Donar las manos en lugar de jugar las piedras. Plantar la concordancia y no aumentar la discordia.
No existe el derecho de una persona de sentirse tan superior, juzgando a la otra tan inferior, que ella quiere conducirla, esclavizarla. . . quitarla el derecho de ser. . .
El amor trae paz. Quién sólo ama quiere el bien, será paciente, no será inoportuno, intentará hacer el otro feliz, provocando el nacimiento de sonrisas.

ALS ABANDONADOS
Español

Excúseme si yo no hice el necesario
y yo no te sacié. . .
Falta de tiempo.
Excúseme si yo no vi tu miedo
y yo no te cobrijé. . .
Falta de tiempo.
Excúseme si yo no te quité del hoyo
y yo no te albergué. . .
Falta de tiempo.
Excúseme si yo no te dijeron: ¡vive!
Y yo no te alerté. . .
Falta de tiempo.
Excúseme yo no era capaz a te oír
y yo no fui y yo no soy tu amigo.
Falta de tiempo. . .
Excúseme si, así, tú no crees en mí.
Yo quiero darte afecto, amor, comprensión. . .
Excúseme. . .
Falta de tiempo.
Para afirmarme,
yo necesito luchar.
Yo soy el mundo.

Escrito en 1982.
Traducción hecha en 2006.


Como Che, yo tengo que endurecer en la constancia de esforzarme por querer cambiar las cosas, sin nunca para perder la ternura por los derechos de cualquier ser humano, pero como todo el pacifista, prefiero los métodos de Gandhi.


TO WRITE IS TO REVEAL, REVEALING THE WORLD, IN LETTERS.

SOME THOUGHTS

Before a leader to ask to the people to die for a cause or for your country, he should give the example, showing that believed in the proposed war.
The love should be the measure. The anger is bad revenue. To give the hands instead of playing the stones. To plant the concordance and not to increase the discord.
Doesn't exist a person's right to feel itself so superior, judging the other so inferior, that she wants to lead it, to enslave. . . to remove the its right of being. . .
The love brings peace. Who loves only wants the well, will be patient, won't be inconvenient, will try to do the other happy, provoking the birth of smiles.

TO THE ABANDONED'S PEOPLE
English

Excuse me if I didn't make the necessary
and I didn't satiate you. . .
Lack of time.
Excuse me if I didn't see your fear
I didn't protect you . . .
Lack of time.
Excuse me if I didn't remove you of the pit
and I didn't shelter you. . .
Lack of time.
Excuse me if I didn't tell you: live!
And I didn't alert you. . .
Lack of time.
Excuse me if I was not able to hear you
and I didn't was and I am not your friend.
Lack of time. . .
Excuse me if, like this, you don't believe in me.
I want you to give affection, love, understanding. . .
Excuse me. . .
Lack of time.
For to affirm me, I need to fight.
I am the world.

Written in 1982.
Translation done in 2006.


As Che, I have to harden in the constancy of struggling for wanting to change the things, without never to lose the tenderness for the rights of any human being, but as all pacifist, I prefer Gandhi's methods.

Ana da Cruz, Uma certa postura humanista e pacificista, Mural dos Escritores, 15 de junho de 2010

"Namorado" de Lascano e ao "Enamorados" de Avendaño

Estimado poeta, agradecida por tu atención y por compartir en mi poema Ao Meu Amor http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/ao-meu-amor. ¿Tú permites traducirte para los otros? Yo intenté mantener los poemas, en la manera más fiel posible, a cada una obra de arte original y sus rimas, manteniendo la mayoría de los versos en siete o ocho sílabas.
* Observaciones: en Avendaño, una opción. Perdoname si ha algún error, porque los yo sólo tenía 30 minutos.

Namorado

“Oh agradável tormento”
E sem perder esperanças!
Voltar às minhas andanças
na espera do momento.
Mudar neste, outro conto.
Alegres, mas afiados
são sonhos realizados
agora que agradecido
Deus meu amor tem abençoado
lhes digo: Somos casados!

Rafael Merida Cruz-Lascano
“O homem de Milho” - Guatemala C.A.

Apaixonados

Este amor sem um lamento
Não sofre tantas saudades
Ao ter só as qualidades
Alegra-me e põe encanto, (ou poe contente)
Ou ao vive-lo como um conto. (ou como repente)
Lembranças de amor, passadas,
Oh, que amores tão sonhados!
Deus, eu estou agradecido,
digo aos que me tem querido,
Sempre, sempre apaixonados.

Pablo Avendaño Lara
Madrid, Espanha

TEXTOS ORIGINAIS

Namorado

“Oh agradable tormento”
¡Y sin perder esperanzas!
Regresar a las andanzas
en espera del momento,
Cambiar por este, otro cuento.
Alegres pero amolados
son sueños realizados
ahora que agradecido
Dios mi amor ha Bendecido
os digo ¡Somos casados!

Rafael Mérida Cruz-Lascano
“Hombre de Maíz” - Guatemala C.A.

Enamorados

Este amor sin un lamento
No sufre las añoranzas
Al tener solo alabanzas
Me alegra y pone contento,
O al vivirlo como un cuento
Recuerdos de amor, pasados,
¡Ay qué amores tan soñados!
Dios, yo estoy agradecido,
Os digo que me han querido,
Siempre, siempre enamorados.

Pablo Avendaño Lara
Madrid, España.

Ana da Cruz. Tradução ao "Namorado" de Lascano e ao "Enamorados" de Avendaño. Mural dos Escritores, 12 de junho de 2010.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sobre o Tango

Sobre o Tango
de Clevane Pessoa

Um casal ideal deve ser sincronizado,
andar de um para outro lado, unido, abraçado,
a sustentar movimentos e pensar em consonância.
Mas respeita os vôos do desejo,
a visão pessoal de cada um
a liberdade pessoal, a individualidade e seus ideais:
num dado momento, cada qual
- embora pelo outro amparado, corações em uníssono -
olha para o outro lado...
Assim , a liberdade do ser de cada SER,
não se torna um pássaro aprisionado...

Traduções para o inglês, espanhol, francês e italiano
de Ana da Cruz

An ideal couple should be synchronized,
to walk of one for another side, united, hugged,
for to sustain movements and to think in consonance.
But they respect the flights of the desire,
the personal vision of each one,
the personal freedom, the individuality and your ideals:
in any moment, each one
- although for the another aided, hearts in unison -
looks at the other side. . .
Like this, the freedom of being of each to BE
doesn't become an arrested bird. . .

Una pareja ideal debe sincronizarse,
caminar de uno para otro lado, unido, abrazaron,
para sostener los movimientos y pensar en la consonancia.
Pero ellos respetan los vuelos del deseo,
la visión personal de cada uno,
la libertad personal, la individualidad y sus ideales:
en cualquier momento, cada uno
- aunque para el otro ayudó, los corazones en el unísono -
mira para el otro lado. . .
Así, la libertad de ser de cada uno SER
no se vuelva un pájaro arrestado. . .

Un couple idéal devrait être synchronisé,
marcher d'un pour un autre côté, uni, ont étreint,
pour soutenir des mouvements et penser dans consonance.
Mais ils respectent les vols du désir,
la vision personnelle de chacun,
la liberté personnelle, l'individualité et vos idéaux:
dans tout moment, chacun
- bien que pour l'un autre a aidé, coeurs à l'unisson -
regarde l'autre côté. . .
Ainsi, la liberté d'être de chacun ÊTRE
ne devenez pas un oiseau arrêté. . .

Un paio ideale dovrebbe essere sincronizzato,
camminare di uno per un altro lato, unito, abbracciò,
per sostenere movimenti e pensare in consonanza.
Ma loro rispettano i voli del desiderio,
la visione personale di ogni uno,
la libertà personale, l'individualità ed il suo ideals:
in alcun momento, ogni uno
- anche se per l'un altro aiutò, cuori in unisono -
guarda all'altro lato. . .
Così, la libertà di essere di ognuno per Essere
non divenga uccello incarcerato. . .

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

DESTAQUE - E-Revista do Mural dos Escritores

Gostaria muito de convidá-los para o download, leitura e repasse/divulgação da nossa revista DESTAQUE, que exibe artigos, poesias e outros textos em Português e Espanhol; com participantes e público em Portugal, Cabo Verde, Brasil, Perú, Argentina, Chile e Guatemala.

Ela será mensal.

Saiba quem são os representantes de cada estado ou país e tendo algo interessante, encaminhem para eles.

No caso de anúncio de algum livro, disco, DVD na próxima edição, entrem em contato comigo.

Esperamos que seja do agrado de todos. De qualquer forma, é a primeira e iremos aprimorando.

Queremos fazer nosso trabalho reconhecido e respeitado? Só trabalhando, amigos. É este o caminho. Queremos divulgar nossas idéias, influenciar pessoas? Só divulgando, colocando nosso trabalho mais acessível.

Queremos tantas coisas... Vejamos como vamos, juntos, construir possibilidades. Que possamos ser veículos de projetos e ações.

Clique no link a seguir para baixar o arquivo >> REVISTA DESTAQUE

Para quem não tem programa de visualização de arquivos em pdf, clique no link a seguir >> ADOBE PDF READER

Para quem não gosta de fazer download, há a opção do Web Book que permite a leitura on line. Clique e acesse, pelo link >> DESTAQUE WEB BOOK
(Escolha o modo Tela Cheia, ao lado do link de som, para melhor leitura.Escute as páginas passando e sinta a sensação de ler um livro impresso!!!)

Leia também >> OUTROS LIVROS
(Leia também outras publicações da Banca Digital, inclusive com livros nossos)

Ana da Cruz. DESTAQUE, E-Revista do Mural dos Escritores, novembro de 2009.

Boa leitura!

...

domingo, 25 de outubro de 2009

Desabafo

Texto (2003) e traduções (2009) de Ana da Cruz.

DESABAFO
Português: Original

Fui criada no interior, de forma simples, bem mineira. A cidade grande sempre me seduziu, com o seu universo de possibilidades. Os meus princípios morais são comuns, mas sem viseiras.

Sinto nostalgia do meu tempo de infância: em que mães, pais, avós, tios, professores eram autoridades merecedoras de respeito e consideração. Inimaginável, responder-lhes com falta de educação. Respeitávamos todos os adultos porque víamos neles pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade. Eles eram os nossos heróis. Quando tínhamos um problema, contávamos para um adulto que estivesse perto e ele os resolvia. Com as outras crianças, tínhamos uma amizade sincera, cheia de companheirismo e confiança.

Assim como para mim, para a maioria das crianças, uma preocupação pueril em relação à segurança era a de que fôssemos chamados atenção pelos fiscais “lanterninha” do cinema ao nos pegar com os pés no chão ou por jogar pipoca nos outros, quando muito um beliscão ou um beijo roubado no rosto, nas matinês de domingo.

Quando se ouvia falar de medo era do escuro, de sapo, de cobra, do bicho-papão, da mula-sem-cabeça, de fantasmas, de filmes de terror, onde o imaginário povoava as mentes... Muitas vezes, essa era a forma errada, mas bem intencionada, que muitos pais usavam para fazerem os filhos dormirem na hora certa, não andarem no escuro, não irem sozinhos para o meio do mato, não se aventurarem pelas ruas da cidade...

Às vezes, dá-me uma tristeza infinita por tudo que perdemos. As crianças hoje, já crescem escutando: cuidado com o desconhecido! – perigo! - e olham até para a outra criança, que vêem pela rua, com desconfiança - temem que ela também possa ser um perigo. Têm medo de gente! Que mundo é este que nos descortina o medo estampado no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos, de cada um de nós? O que ele pode oferecer aos filhos do futuro? O que eles ainda temerão? Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar, roubar, enganar, passar a perna ... tudo virou banalidade de notícias policiais, pois surgem outras e mais outras ...

Ando pela cidade e é a PAZ a mercadoria em extinção que quero dar e receber. Precisamos dela nas na porta das escolas, nas calçadas, no trânsito, na fila do banco, no elevador, no futebol e, principalmente, dentro de nossas casas. Nós, como cidadãos, não somos obrigados a amar ninguém, mas podemos que ser mais tolerantes e respeitar o outro propiciando um relacionamento amistoso para que todos, sem exceção, tenham paz, que também é critério de qualidade de vida.

Os nossos atos e as nossas palavras podem gerar dor ou alegria. Por que não doarmos o que temos de melhor? Esta é a grande semente. A Lei do Bumerangue - causa e efeito - existe. Não é apenas filosofia. São atitudes como esta que nos trazem a paz e, ao ensina-las ao outro, estaremos cumprindo a nossa tarefa para que ‘amar ao próximo como a nós mesmos’ não seja apenas uma ilusão idealista. O Brasil é visto como o maior pais cristão do mundo. Motivo de orgulho, mas morreremos de vergonha se for constatado que são falsos estes cristãos.

Então, conclamo a toda a sociedade: família, educadores e religiosos -eduquem para prevenir; autoridades: combatam e punam qualquer tipo de violência para inibir esta prática lastimável. Que cada um faça a sua parte. Precisamos de um mundo melhor para viver! Precisamos deixar um mundo para os filhos do futuro!

RELIEVE
English

I was created in the interior, in way simple, very mining. The big city always seduced me, with your universe of possibilities. My moral beginnings are common, but without visors.

I feel nostalgia of my time of childhood: in that mothers, parents, grandparents, uncles, teachers were authorities worthy of respect and consideration. Unimaginable, to answer them with education lack. We respected all the adults because we saw in the fathers and mothers of all the children's of the street, of the neighborhood, of the city. They were our heroes. When we had a problem, we counted for an adult that was close and he solved them. With the other children, we had a sincere friendship, full of companionship and trust.

As well as for me, for most of the children, a puerile concern in relation to the safety was the that were gotten attention by the fiscals of "small lantern" of the movies when discovering us with the feet in the ground or playing popcorn in the other ones, when a lot a pinch or a kiss robbed in the face, in the sunday matinée.

When one heard somebody speak of fear, it was of the darkness, of toad, of snake, of the bug-bear, of the mule-without-head, of ghosts, of terror films, where the imaginary populated the minds... Have a lot of times, that era the wrong form, but good intention, that many parents used for to make the children to sleep on time, they walked not in the darkness, they go not alone for the middle of the forest and they don't venture in the streets of the city...

Sometimes, an infinite sadness give me for everything that we lost. The children today, already learning the life listening: care with the stranger! - danger! - and they look even at the other child, that they see for the street, with distrust - they fear that she can also be a danger. They are with people's afraid! What world is this that pulls us the curtain and reveal the fear printed in the children's glance, young, old and adult, of each one of us? What can it offer to the children of the future? What will they still fear? To kill the parents, the grandparents, to do violence with children, to kidnap, to rob, to deceive, “to pass the leg”... everything transformed in banality of policemen's news, because always it appear other and more other...

I walk for the city and it is the PEACE the merchandise in extinction that I want to give and to receive. We needed her in the in the door of the schools, in the sidewalks, in the traffic, in the line of the bank, in the elevator, in the soccer and, mainly, inside of our houses. As citizens, we are not forced to love anybody, but we can to be more tolerant and to respect the other, propitiating a friendly relationship so that all us, without exception, have peace, that is also criterion of life quality.

Our acts and our words can generate pain or happiness. Why we don't donate the what we have of better? This is the great seed. The Law of the Boomerang - it causes and effect - it exists. It is not just philosophy. It is attitudes as this that bring us the peace and, when we teach it to the other person, we will be accomplishing our task so that 'to love the neighbor as to ourself’ is not just an idealistic illusion. The Brazil is seen as the largest Christian’s nation of the world. It is motivate of pride, but we will die from shame if it be verified that this christians are false.

Then, I shout it the whole society: family, educators and religious persons - educate to prevent; authorities: combat and punish any a type of violence to inhibit this pitiful practice. That each one make your part. We needed a better world to live! We needed to leave a world for the children of the future!

RELIEF
Español

Yo me creé en el interior, de la manera simple, muy minando. La ciudad grande siempre me sedujo, con su universo de posibilidades. Mis principios morales son comúnes, pero sin las viseras.

Yo siento nostalgia de mi tiempo de niñez: en que las madres, los padres, los abuelos, los tíos, maestros eran las autoridades digno de respeto y consideración. Inimaginable, contestarles con la falta de educación. Nosotros respetamos a todos los adultos porque nosotros vimos en ellos los padres y madres de todos los niños de la calle, del barrio, de la ciudad. Ellos eran nuestros héroes. Cuando nosotros teníamos un problema, nosotros contábamos para un adulto que era íntimo y él los resolvió. Con los otros niños, nosotros teníamos una amistad sincera, lleno de compañerismo y confianza.

Así como para mí, para la mayoría de los niños, una preocupación pueril respecto a la seguridad era el eso se consiguió la atención por el fiscals de "pequeña linterna " de los cines cuando descubriéndonos con los pies en la tierra o tocando la palomitas de maíz en el otro, cuando mucho un apuro o un beso robado en la cara, en la sección matinal del sábado.

Cuando uno oyó a alguien hablar de miedo, era de la oscuridad, del sapo, de la serpiente, del bicho-oso, de la mula-sin-cabeza, de los fantasmas, de las películas del terror dónde el imaginario pobló a las mentes. . . Hace mucho tiempo, esa era la forma mala, pero con la intención buena, que tantos los padres acostumbraron para hacer a los niños dormir a tiempo, para ellos no caminaron en la oscuridad, no van solos por el mediodel bosque y ellos no aventuran en las calles de la ciudad...

A veces, dame una tristeza infinita para todo lo que nosotros perdimos. Los niños hoy, ya aprendiem el vida escuchando: cuidado con el extraño! - peligro! - y ellos miran al otro niño que ellos ven para la calle incluso, con la desconfianza - ellos temen que ello también puede ser un peligro. ¡Ellos están asustados con las personas! ¿Qué mundo es esto que nos tira la cortina y revela el miedo imprimido en la mirada de los niños, jovens, viejos y adultos, de cada uno de nosotros? ¿Qué puede ofrecer a los niños del futuro? ¿Qué ellos temerán? Matar a los padres, los abuelos, violentar los niños, secuestrar, robar, engañar, "pasar la pierna." . . todo transformó en la trivialidad de las noticias de policía, puesto que siempre aparece otra y más otra...

Yo camino por la ciudad y es la PAZ la mercancía en extinción que yo quiero dar y recibir. Nosotros la necesitamos en la puerta de las escuelas, en las aceras, en el tráfico, en la línea del banco, en el ascensor, en el fútbol y, principalmente, dentro de nuestras casas. Como los ciudadanos, no nos obligan a que amemos alguien, pero nosotros tenemos de ser más tolerantes y respetar el otro, propiciando una relación amistosa para que todos, sin la excepción, tenemos paz que también es criterio de calidad de vida.

Nuestros actos y nuestras palabras pueden generar dolor o felicidad. ¿Por qué nosotros no donamos el lo de que nosotros tenemos bien? Ésta es la gran semilla. La Ley del Bumerang - causa y efecto - existe. No es solamente filosofía. Es las actitudes como esto que nos trae la paz y, cuando nosotros lo enseñamos a la otra persona, nosotros estaremos logrando nuestra tarea para que 'amar al prójimo como nosoutros' no es sólo una ilusión idealista. El Brasil es visto como la nación de los cristãos más grande del mundo. Es motivar de orgullo, pero nosotros nos moriremos de la vergüenza si se verifica que estes cristãos son falsos.

Entonces, yo lo grito la sociedad entera: la familia, los educadores y las personas religiosas - eduquem para prevenir; las autoridades: combatem y castigam cualquier un tipo de violencia para inhibir esta práctica lastimosa. Que cada uno hace su parte. Nosotros necesitamos un mundo bueno para vivir! Nosotros necesitamos dejar un mundo para los niños del futuro!

FONTE DA VERSÃO ORIGINAL: CRUZ, Ana da. Desabafo. In: AbraçArte BH – A Arte Pede Paz! (Manifesto). Belo Horizonte: CONTROL-Arte e Editora Gráfica, 2003.

* A paz ainda não é uma realidade, continua sendo uma necessidade. Este texto foi distribuído graciosamente junto a outros, no Manifesto pela Paz, editado por ocasião do Movimento "AbraçArte BH: A Arte Pede Paz" , com vários grupos sociais, artísticos e culturais num todo mobilizados pela conscientização de que é necessária a paz como elemento de qualidade de vida e de adapatação do homem no seu ambiente social. Uma compilação de mensagens de paz e amor à vida, incluindo o texto Desabafo, escrito na ocasião, foi impressa com a parceria da Control-Arte, em 2003, e doado aos participantes do movimento de mesmo nome, em manifestações variadas pela paz, acontecida na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, liderado com a parceria do também agente sócio-cultural Cláudio Márcio Barbosa, contanto com a parceria da Simparc, Fam Produções, Laser Plus, Moto BH, Tv Alterosa, Sated, Siapemg, SMMG, ACCM, Abigraf, Abraço, AMMIG, Amai, Ambi, FCS, Sconger, SLU, OMB, UNIAC, Terra Verde, Cooperarte, Culturarte, Belotur, Prefeitura de Belo Horizonte, Polícia Militar. As manifestações que movimentaram o centro de Belo Horizonte foram encerradas com a soltura de balões e pombos na Praça do Papa.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Aos Abandonados

Poesia e traduções de Ana da Cruz
Versões: Italiano e Francês

AOS ABANDONADOS
Português - Versão Original

Desculpa-me se não fiz o necessário
e não te saciei...
Falta de tempo.
Desculpa-me se não vi teu medo
e não te agasalhei...
Falta de tempo.
Desculpa-me se não te tirei do poço
e não te abriguei...
Falta de tempo.
Desculpa-me se não te disse: vive!
E se não te alertei...
Falta de tempo.
Desculpa-me se não pude te ouvir
e se não fui e não sou teu amigo.
Falta de tempo...
Desculpa-me se, assim,
não acreditas em mim.
Quero te dar carinho, amor, compreensão...
Desculpa-me...
Falta de tempo.
Para me afirmar,
preciso guerrear.
Eu sou o mundo.

(Escrito em 1982)

PER LE PERSONE ABBANDONATE
Italiano

Mi scusi se io non rendessi i necessario
ed io non ti saziai. . .
Mancanza di tempo.
Mi scusi se io non vedessi tua paura
ed io non ti proteggè. . .
Mancanza di tempo.
Mi scusi se io non ti rimuovessi del buco
ed io non ti accomodò. . .
Mancanza di tempo.
Mi scusi se io non ti dicessi: vive!
Ed io non ti allarme. . .
Mancanza di tempo.
Mi scusi se
io non fossi capace di ti ascolto
ed io non andai
ed io non sono il tuo amico.
Mancanza di tempo. . .
Mi scusi se, così,
Tu non crede in me.
Io voglio dargli affezione, amore, mentre capendo. . .
Mi scusi. . .
Mancanza di tempo.
Per affermarmi,
io bisogno di lottare.
Io sono il mondo.

Scritto nel 1982.
Traduzione fatta nel 2006.

AUX ABANDONNÉS

Excusez-moi si je n'avais pas fait le nécessaire
et je ne vous ai pas rassasiés. . .
Manque de temps.
Excusez-moi si je n'avais pas vu votre peur
et ne vous ai pas protégés. . .
Manque de temps.
Excusez-moi si je ne vous avais pas enlevés du trou
et je ne vous ai pas abrités. . .
Manque de temps.
Excusez-moi si je ne vous avais pas dit: vivez!
et je ne vous ai pas alertés. . .
Manque de temps.
Excusez-moi si je n'étais pas capable à un pour vous entendre
et je ne suis allé
et je ne suis pas votre ami.
Manque de temps. . .
Excusez-moi si, comme ceci,
vous ne croyez pas dans moi.
Je veux vous donner affection, aime, en comprenant. . .
Excucez-moi. . .
Manque de temps.
Pour m'affirmer,
j'ai besoin de lutter.
Je suis le monde.

Écrit en 1982.
Traduction faite dans 2009.

FONTE DA VERSÃO ORIGINAL: CRUZ, Ana da. Aos Abandonados. in Ao Meu Amor. Belo Horizonte: Mazza, 2007. RGBN. 433912

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Carta de Alfred Asís

Tradução para o Português (2009): Ana da Cruz
Texto original em Espanhol: Alfred Asís

CARTA DE ALFRED ASÍS
Português

Aos queridos amigos poetas.

Com muito carinho para vocês, a fala de Alfred Asís na apresentação de seus últimos livros "Fábrica de Letras da Alma" ( “Fábrica de Letras del Alma”) e "Cem Céus de Ilha Preta" (“Cien Cielos de Isla Negra”).

O tempo e a dedicação são os melhores amigos do escritor...

Pela noite, os desejos de escrever me invadem, embora a lua se vá. A natureza expressada no silêncio é uma fonte inesgotável de recursos, uma pá do saco de letras de meu interior permitidas para caírem no papel e, aí, ordenam-se sozinhas, sempre com aromas de flores de laranjeira. Elas vão formar a prosa, os sonetos e parágrafos cheios de emoção; é deste modo como eu quero que meus leitores os sintam, porque são feitos de coração, cheios de alegria espiritual, de sentimento e, muito mais, de amor.

Eu quero dizer à natureza que nós estamos preocupados com ela e para os humanos que sejam mais responsáveis com nosso meio ambiente. Eu não posso falar de mim, quando há uma tarefa que é tão importante quanto desejar um mundo habitável para as futuras gerações.

É através da poesia, com a magia que ela possui e o sentimento daqueles que a entendem, que, talvez, se possa chegar à alma dos indivíduos que habitam a terra. Em qualquer canto deste planeta que requer a nossa solidariedade, a poesia cresce em uma atmosfera maravilhosa de fé e esperanças compartilhada pelos grandes do mundo - esses que vêem e fazem as coisas pelo coração, e, não, por obrigação, que vêm com mais do que palavras, com a simplicidade humana e projetam o verdadeiro valor da compreensão entre seus semelhantes.

Alfred Asís, Ilha Negra, Chile, 27 de dezembro de 2008.

CARTA DE ALFRED ASÍS
Español

Queridos amigos Poetas,

CON MUCHO CARIÑO PARA UDS: Discurso de Alfred Asís en la presentación de sus últimos libros “Fábrica de letras del alma” y “Cien cielos de Isla Negra”.

El tiempo y la dedicación es el mejor amigo del escritor...

Por la noche invade los deseos de escribir mientras la luna se aleja la naturaleza expresada en silencio es la bodega inagotable de recursos a paladas saco las letras de mi interior para dejarlas caer en el papel y ahí se ordenan solas, siempre con aromas de azahares van formando la prosa, los sonetos y párrafos llenos de emoción; así es como quiero que los sientan por que están hechos desde el corazón con alegría espiritual. sentimiento y mucho mas de amor.

Le quiero decir a la naturaleza que estamos preocupados por ella a los humanos, que sean mas consecuentes con nuestro medio ambiente no puedo hablar de mi, cuando hay una tarea que es tan importante como dejar un mundo habitable para las generaciones venideras.

Es través de la poesía con la magia que esta posee y el sentimiento de aquellos que la comprenden se puede llegar al alma de los individuos que habitan la tierra, en cualquier rincón de este planeta que requiere de nuestra solidaridad está la poesía que crece en un ambiente maravilloso de fe y esperanzas compartidas por los grandes del mundo, aquellos que ven y hacen las cosas desde el corazón, y no, por obligación, los que ven mas allá de las palabras la simpleza humana y proyectan el valor propio del entendimiento entre sus semejantes.

Alfred Asís, Isla Negra, Chile, 27 Diciembre 2008.